domingo, 18 de maio de 2014

Diário de Kira Uzumaki

 15 de março 2002

 Bem, não sei muito como começar. E a primeira vez que escrevo um diário, então estou um tanto confusa. Mas acho que devo começar me apresentando, vamos lá...
 Ola meu nome é Kira, tenho 15 anos, sou uma Gennin, ou seja uma ninja em treinamento, mas meu nível é muito superior ao meu posto, - já já explico isso, não pense que estou me achando ou nada do tipo -. Meu pai é Kakashi Hatake, e moramos em Konoha.
 Eu decidi começar esse diário porque estava me sentindo muito confusa. Muitas coisas aconteceram na minha vida, muitas verdades foram esclarecidas, e eu achei que escrevendo aqui, pondo os fatos em ordem, conseguiria me achar em toda essa confusão.
 Tudo começou a uns 2 anos atrás. Meu pai é um sensei e está sempre em missões e quando não está nelas, está na acadêmia fazendo testes para possíveis grupos de chunnins. Todo final de semestre uma sala do ultimo ano é testada, para ver se estão aptos a fazer a prova que os tornarão chunnins, a prova chunnin. Meu pai é um dos encarregados para escolher os melhores da sala, mas ele nunca escolheu ninguém. Sempre que perguntava o porque, ele simplesmente me dizia "eles não estão prontos, falta muito para conseguirem". Falta muito? Nossa eles passaram 8 anos na acadêmia, conseguiram chegar ao ultimo ano após tantas provas e trabalho e ainda não é o suficiente? - Sabe, eu costumava pensar assim, mas após sair a tantas missões ao lado de meu pai e ver o quanto pode ser difícil a vida de um guerreiro em batalha, seja ele sensei, chunnin ou anbu, que finalmente entendi, eles não estavam prontos.

 16 de março 2002

 Ontem, após escrever aqui, fui para minha cama pensando nos fatos que me levaram a escrever, e não sei por qual motivo, um fato se destacou dos outros e me fez pensar mais. Forçando minha mente a pensar, descobri porque se tornará tão relevante. Foi naquele dia, naquele dia que comecei a me questionar.
 Meu pai me acordou bem cedo naquele dia, o sol nem havia nascido quando estavamos nos portões de Konoha prontos para partir. Eu estava com os cabelos presos no alta da cabeça, com minha mochila bege nas costas e com blusa para me proteger do ar frio daquela manhã. Acho que devia estar fazendo uns 9ºc.
Meu pai estava ao meu lado com usa mochila e também vestia uma blusa. Com um simples "Vamos" saímos correndo por cima das árvores. Corremos por umas 4 horas com breves descansos.Até chegarmos a um vilarejo. Ficamos 2 dias de tocaia, eu ainda não sabia exatamente o que estavamos esperando ou procurando, mais obedecia as ordens de meu pai a risca. Estavamos sentados em um restaurante quando meu pai se levantou sem disser uma palavra, e me vez um sinal com a mão para que eu o seguisse. Seguimos em silêncio a maior parte do tempo. Na metade do caminho, percebi que não estávamos andando em círculos como parecia, não, meu pai seguia um homem, um homem alto e com cabelos compridos, bem, foi o que conseguir ver, pois o homem vestia um cassaco enorme. O seguimos até estar um pouco distante do vilarejo, a partir dali meu pai me acenou para que parasse e esperasse, e progredio sozinho os últimos metros. Não demorou muito para ve-lô pular em cima do homem, e então uma luta se iniciou, meu pai se mostrou o vencedor, ou pelo menos foi o que pareceu. Do nada o homem se levantou e acertou a cabeça de meu pai, ele caiu, e não se levantou. Meu coração saiu pela boca, sai correndo o mais rápido que pude e o alcancei bem a tempo de evitar o golpe fatal. Acertei ele com minha pequena espada, lutamos, e consegui, eu o matei, pela primeira vez na minha vida, tirei a vida de alguém.
 Levei meu pai nas costas até nosso quarto em uma pacata hospedaria, e ali cuidei de seu ferimento com meu poder.- Bem, depois explico sobre isso, é meio complexo.- Após isso voltamos pra casa. Mas as palavras que aquele homem me disse antes de eu lhe arrancar a vida, não saíram de minha cabeça, nem por um instante.

 20 de março 2002

 Já está de noite aqui em Konoha, eu deveria estar dormindo quando percebi que tinha ficado 4 dias sem escrever nada aqui. Bem, esses 4 dias passei na casa de Kurenai. Kurenai é uma amiga, tanto minha quanto do meu pai. Para mim ela é como uma segunda mãe. Kurenai tem cabelos negros, é alta e usa normalmente um vestido branco, é casada com Asuma Sarutobi, que, assim como meu pai é um sensei, e sua equipe esse ano era a equipe de número 8. Uma das grandes marcas de Asuma é também seu grande defeito, o vicio em cigarro.
  Não conheci minha mãe de verdade. Pelo que soube ela morreu, e desde então tenho sido criada somente por meu pai. Desde que me lembro Kurenai esteve aqui comigo, sempre me ensinando tudo que Kakashi não podia, ou sabia, como, assuntos femininos. Resolvi passar esses dias lá pois minha casa estava se tornando um lugar insuportável, eu precisa de um ar novo, precisa me afastar um pouco de Kakashi. Não que ele tenha feito algo errado ou me magoado, nada desse tipo. Ele só me mostrou uma verdade, que está difícil de engolir, e olhar para ele só tornava isso mais difícil.

21 de março 2002

 Voltei para casa hoje. Mais cedo ou mais tarde teria que enfrentar meu pai, e agora me sentia confiante, senti que poderia suportar mais sobre aquilo, porque, por mais que eu fugisse daquela realidade tinha perguntas sobre ela que precisava saber. Então comecei...
_Porque resolveu me mostrar isso agora?
_Sabia que não ia esquecer o que aquele homem te disse durante seu leito de morte.
 Foi isso que ele disse com um ar sereno e um tanto fingido, e logo em seguida veio um longo e profundo suspiro...
_E também acho que já estava pronta para conhecer o seu passado e entender o seu presente.
 Essas palavras me fizeram fraca novamente, como quando li aquele pergaminho antigo.
 Suspirei o máximo que pude para me acalmar e soltei o ar, o vi baixar o olhar quando tentei encara-lo, e então suspirei novamente e finalmente até um pouco irônica e ansiosa falei...
_"Finalmente, a chave, o seu pai deveria ter escolhido melhor seu protetor, este daqui foi fácil demais", você escondeu de mim o tempo todo o motivo da missão o motivo de temos saído daqui tão as presas, quem era o nosso alvo. Depois isso. Meu deus, por um instante pensei que tinha perdido você, te salvei por sorte e durante todo o caminho até aqui você se negou a me explicar o que aquele homem quis disser ou explicar quem era ele. Cuidador? Meu pai? Você é meu pai, não é? Então que história é essa de cuidador?
_Não. -Estas palavras me suaram tão frias que me fizeram congelar naquele instante e meu choro entalar na garganta. - O seu verdadeiro pai, foi o homem que escreveu aquele pergaminho. O homem que deu a vida por está aldeia, por seus moradores e principalmente pelos seus filhos.
 Meu choro se desentalou e muitas lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Tantas que precisei de mais alguns instantes para poder voltar a falar. Durante esse instante que pareceu durar horas, olhei para a parede atrás de Kakashi, mas especificadamente para um porta retrato nosso, de quando eu tinha uns 3 anos, eu estava o abraçando pelas costas, lembro-me daquele dia, estávamos colhendo morangos na plantação do senhor Fu, nosso antigo vizinho, me sentia tão alegre aquele dia, me diverti tanto que até consegui convencer Kakashi a tirar uma fotografia comigo, algo que ele não gostava de fazer. Eu estava tão confusa, sei o que tudo aquilo significou para mim, mas e para ele o que teria significado?
_Só cuidou de mim porque ele pediu? Ou realmente tem algum sentimento por mim?
_No início foi por obrigação, mas depois de um ano cuidando de você - Uma longa e pensada pausa de seu aqui. - não poderia chama-la de outra coisa a não ser por filha.
 Finalmente ouvi o que tinha que ouvir para finalmente poder relaxar e raciocinar direito. Depois de saber que Kakashi não havia mentido para mim, consegui me concentrar no pergaminho entregue por ele a 5 dias atrás, o qual deixei debaixo de meu travesseiro. Parei respirei e comecei a perguntar o que tinha direito, ou seja, tudo que consegui lembrar naquele instante. Tivemos uma longa conversa de 3 horas, respostas, verdades e lembranças foram jogadas a mesa, e acho que vou conseguir dormir mais tranquila essa noite. Espero.

Antigo Pergaminho entregue por Kakashi a Kira

 Se está lendo este pergaminho agora e porque está pronta para saber a verdade 
sobre você e sua família. E que eu estou morto.
 Quem escreve este pergaminho agora é Minato, o Yondaime Hokage e seu pai.
 Tenho uma história para contar a você, leia até o final...

  No dia 25 do 2 de 1989, no dia de seu aniversário, sua mãe, Kushina Uzumaki, passou muito mal. 
A levei ao médico e descobrimos que teríamos outro filho, dessa vez um menino, 
ao qual demos o nome de Naruto. Estamos felizes com a chegada de um novo membro a família,
 mas também preocupados por causa da condição de Kushina ser um Jinchuuriki, 
a portadora do espirito da Kyuubi. Deve saber que está terrível besta causou grande 
destruição na vila no passado, e que para para-la era preciso sela-la em um corpo forte, 
como o da sua mãe, mas este selo tem um ponto fraco, o parto. Será nesse momento 
que o selo perderá muito da sua força e a besta terá finalmente uma
 chance para escapar. Mas eu estarei lá para impedir que isso aconteça, tenha certeza 
que lutarei até o final para que possamos voltar para casa com seu mais novo irmãozinho. 
Hoje é o grande dia, o dia em que seu irmão decidiu vir ao mundo, já está tudo pronto e 
eu e sua mãe também estamos, e enquanto isso, deixarei você sobre os cuidados
 do seu padrinho Kakashi, sei que ele cuidará bem de você.

 Mas como disse no início, se está lendo isso é porque estou morto, 
e eu não consegui deter a besta. Filha me doí pensar que um dia Kakashi
 terá que te entregar este pergaminho. Mas isto terá que ser feito e sei que 
Kakashi saberá a hora certa, confio nele, sei que te criou como uma garota esperta, 
inteligente e educada, assim como eu a teria criado. 
Deve estar estranhando eu te chamar de filha, mas a verdade
é que você é sim minha filha, toda a realidade que você conhece
foi criada para lhe proteger. Fizemos o que achamos que seria melhor 
para você então por favor não me odeie e nem a Kakashi. Eu Te Amo 
e sei que Kakashi é durão mas depois de ter vivido tanto tempo
com você, posto que ele também. Ele irá lhe explicar o que é mais 
seguro não estar aqui.
Peço desculpas por ter falhado. 


26 de Maço de 2002

 Hoje fui a acadêmia a pedido de Iruka Sensei. Iruka é o professor da acadêmia shinobi aqui em Konoha, ele treina as crianças até se tornarem adolescentes, e após isso, estes partem para outro comando a partir de um "teste". Ele me chamou porque achou que o fato de eu ser uma gennin altamente experiente, poderia a acender o fogo de vontade dos alunos do terceiro ano, que por terem falhado em uma simulação de missão andavam desanimados. Fiz meu papel perfeitamente, quando sai de lá, todos estavam animados e empolgados para recomeçar a simulação. Recebi meus parabéns de Iruka e muitos sorrisos dos alunos, e isso foi a coisa que mais me animou ultimamente.
 Por mais que tenha ido a aula só para fazer um belo discurso, fiquei por lá durante um período da aula, e isso me fez relembrar minhas aulas quando pequena, fazia tanto tempo que aquilo se tornou batido para mim, mas para aquelas crianças, tudo era tão incrível, acho que senti um pouco de inveja delas, não sabem como tem sorte, a vida fora daquelas paredes é tão complicada, e tudo que eu queria naquele momento era voltar pra lá.
 Lembro muito bem quando minhas únicas preocupações eram saber disso... O mundo em que vivemos foram separadas em cinco países, estes são, o País do Vento, o País da Água, o País Trovão, o País da Terra e onde se localiza Konoha, onde eu moro, o País do Fogo. Este por si, é um dos maiores e mais poderosas países, tem grande influência sobre os outros e enorme poder militar.
 O sistema para se ter esse poder militar é o investimento em conhecimento e treinamento árduo. A entrada na acadêmia de treinamento se da aos cinco anos de idade, e se encerra aos treze para quem consegue. Mas o treinamento não para por aí, para quem consegui terminar a acadêmia começa um novo ciclo, ao qual três alunos estarão sobre a vigilância de um sensei, e é nesse que realmente se e ensinado o que é ser um shinobi de verdade.
 Estas foram lições que aprendi na minha primeira aula na acadêmia, e é muito mais memorável para mim do que para muitas outras pessoas, pois entrei na acadêmia com dois anos de atraso, graças ao meu pai, que na época dizia que eu não precisava daquilo ainda, mas que hoje em dia entendo muito bem o porque.
 Opa, fiquei aqui pelos degraus do pátio da academia e esqueci de fechar a blusa, com esse vento a marca pode aparecer.

30 de Maço de 2002

 Antes de começar a atualizar esse últimos dias que não escrevi, vou contar  sobre meu dia hoje com minha equipe. Nós fomos para a loja de doces, amo aquele lugar, o frequento desde criança. Lá pedi três espetos de dango, enquanto, Sasuke pediu dois, Sakura um e Naruto dez. Como sempre, Naruto era um exagero que só. Logo após, aproveitando a primavera fomos para a floresta de Sakura's e lá conversamos sobre nossos sonhos e vontades. Sakura sempre repetia o mesmo, ela queria ser uma sensei no futuro e casar com um certo alguém. Por mais que ela não dissesse o nome sabíamos que era o Sasuke. Sasuke, não falava muito, e nem afirmava nada, simplesmente se fazia de indiferente. Naruto assim como Sakuta, se repetia re-afirmando que queria ser um Hokage e ser reconhecido por todos. E foi nessa hora que notei, o quanto tinha esperanças naquele garoto loiro, ao contrário de todos não via besteira nenhuma saindo de sua boca naquele instante, ele era forte, corajoso e perseverante, para falar a verdade, era o único entre nós que tinha potencial para tal cargo. Eu o apreciava e essa sensação me trouxe outra que eu tentava sufocar, o sentimento de irmã. Comecei ao observa-lo com outros olhos após a revelação, e a cada momento que ele me impressionava com palavras ou atos, como agora, tinha vontade de contar tudo para ele, mas não podia, ainda não sabia o porquê, mas não podia.
 Nossa como a hora passa, vou deixar para depois a atualização do diário, preciso dormir, amanhã saímos em missão bem cedo.

2 de Abril de 2002

 Onze dias se passaram desde aquela conversa, e a cada dia me surgia mais dúvidas que eu perguntava, e eram respondidas, e a cada resposta eu sentia mais medo. A primeira que fiz foi:
_Pai porque ninguém sabe sobre isso? Porque manter tudo isso em total segredo?
 Aquele olhar, eu o conhecia, ele queria esconder de mim, mas meu pai não era idiota, ele não mentiria só para me deixar bem, ele preferia que eu fosse esperta assim como ele.
_Seus pais. Eles tinham grande poder. Sua mãe era uma Uzumaki, um dos clãs mais antigos e fortes que já existiram, a resistência de seus corpos eram tão imensas que chegavam a viver até 130 anos de idade, além de seus chakras, que mesmo sendo usado em um pequeno jutsu, já faziam grande estrago. Seu pai tinha grandes habilidades como, agilidade, esperteza, liderança e sagacidade. Sua inteligância era de um QI muito alto, e seu jutsu único, o que deu origem ao seu apelido Relâmpago Amarelo, a velocidade além da luz, era algo que só ele conseguiu realizar, e isso crescia os olhos de muitos ao seu redor.
O interrompi pois achava que estava me enrolando já.
_Tá, eu já sei sobre tudo isso, mas no que isso ajuda a minha resposta?
 Suspirando fundo e me encarrando nos olhos ele continuou.
_É algo raro de se acontecer fora de clãs específicos, onde a habilidade dos pais é passada diretamente ao filho, mas isso aconteceu com você. Todo o poder de seus pais foram passados para você, toda habilidade, resistência, esperteza, chakra e principalmente o jutsu de seu pai foi passado para você como herança genética, e isso foi descoberto no dia de seu nascimento, pela marca que carrega nas costas. É por isso que sempre teve que esconde-la.
  A marca. O símbolo enorme que tenho nas minhas costas inteira, o motivo de nunca ter usado uma regata.
_O que exatamente essa marca representa? Ela é uma ameça?
_Pra você sim. Essa marca representa que é herdeira de um enorme poder, e quem sabe realmente quem você é, sabe do que você é capaz, e querem você para pesquisa, ou até mesmo para controla-lá. Com a morte do quarto hokage você ficou vulnerável, muitos ninjas de outros países ou até mesmo traidores de dentro de Konoha tentaram te sequestrar, e eu fiquei como principal responsável por te encobrir e disfarçar, e isso demorou anos, mas foi a partir daí que você virou minha filha, Kira Hatake.
 Tudo agora fazia mais sentido pra mim. A demora para entrar na acadêmia, a marca, a mentira sobre mim. Por mais que eu quisesse sentir raiva, não senti, naquele momento só queria saber o maxímo possível sobre mim mesma, e sobre o que aconteceu na época em que meus pais morreram, e também é claro sobre eles, não como eram contados, como heróis, mas como pessoas.